Embora o Dia da Consciência Negra tenha extensa programação
festiva, como apresentações de capoeira e de samba de roda e de festivais de
culinária africana, os negros não têm muito que comemorar na Bahia; maioria das
pessoas assassinadas no estado é afrodescendente e os negros têm salário em
média 36% mais baixo do que os de pessoas não negras; Salvador, cidade que
abriga o bairro com maior população negra da América Latina, bairro da
Liberdade, ainda é considerada uma cidade racista.
Salvador
terá muitos eventos em comemoração ao Dia da Consciência Negra, nesta
quarta-feira (20). Mas na prática, os negros que vivem no estado e na cidade
que detêm maior concentração de pessoas da raça africana em sua população não
tem muito que comemorar.
Iniciativas
pontuais do poder público marcam alguns avanços para os negros na luta pela
igualdade na cidadania, mas Salvador, até ironicamente, ainda é uma cidade
considerada racista por especialistas.
O bairro da
Liberdade, na periferia da capital baiana, é o maior em número de negros em
toda a América Latina. De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), mais de 75% dos habitantes são negros.
Salvador é o verdadeiro centro da cultura afro-brasileira. Dados divulgados pelo IBGE em 2010 revelam que a maior parte da população é negra ou parda na Região Metropolitana (RMS), 51,7% da população (1.382.543). A capital baiana é cidade com maior número de descendentes de africanos no mundo, seguida por Nova York, majoritariamente de origem iorubá, vindos da Nigéria, Togo, Benim e Gana.
Ainda de acordo com o censo do IBGE de 2010, a região brasileira com maior número proporcional de negros na população é a Nordeste e a Bahia apresenta maior proporção de negros na população, com 14,4% de negros.
Via Ronaldo Leite
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