O rio Itapicuru, que banha o município de Queimadas, na região sisaleira, a 300 km de Salvador, está morrendo e ameaça deixar mais de 70 mil pessoas que moram em Queimadas e Santa Luz sem água, dentro de pouco tempo.

O Itapicuru está com sua capacidade abaixo do nível normal. Ele é responsável pelo abastecimento de mais de 100 carros-pipa/dia – o que corresponde a cerca de 1 milhão de litros de água –, que atendem as áreas flageladas pela seca: Queimadas, Santa Luz, Valente, Retirolândia, Cansanção e Monte Santo.

A barragem de pedra e cimento construída no leito do rio, na década de 40 pela extinta Leste Brasileira, que chega a represar 5 km de água, apresenta mais de 70% de sua estrutura entupida, e não há previsão de limpeza por parte da Embasa, que explora a água.

A barragem também serve de ponto turístico e de área de lazer para os habitantes de Queimadas e da região. Ela foi limpa, em sua totalidade, na seca de 1993 a 1994, pelo ex-prefeito Edivaldo Caíres. De lá pra cá, os moradores do município não sabem informar se houve outras ações por parte das autoridades. 


Outro grave problema é o desvio das águas do Itapicuru por cerca de 300 motores bomba, sem outorga, para a irrigação de terras às margens do rio no município de Queimadas.
A importante reserva hídrica, alimentada pelos afluentes Itapicuru Mirim, Itapicuru Açu e Rio do Peixe, está com suas águas represadas nas barragens de Pedras Altas e Ponto Novo, construídas pelo governo do estado, com objetivo de abastecer outras regiões, que têm suas terras irrigadas.

Em Itapicuru e Inhambupe, o rio é parcialmente abrangido por margens areentas, sombreadas por árvores e arvoredos, que praticamente não existem mais, sem contar com frequente retirada ilegal de areia do  rio.

Isso tem dificultado a chegada da água na Barragem da Leste, onde segue, através de adutora, para a estação de tratamento da Embasa em Queimadas, município com 30 mil habitantes e cerca de 5 mil ligações de água, bem como em Santa Luz, com quase 40 mil moradores e aproximadamente 8 mil ligações.

“Devido à falta de fiscalização por parte do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), para coibir o desvio da água, de forma clandestina, para irrigações no município de Queimadas, e de uma programação para que as comportas das barragens de Pedras Altas e Ponto Novo sejam abertas regularmente, mantendo o leito do rio corrente, o afluente corre o risco de morrer. Se isso acontecer, vai deixar milhares de pessoas que necessitam de suas águas passando sede”, alerta o comerciante Léo Marques.

Com suas nascentes no Espinhaço da Chapada Diamantina, o rio Itapicuru é muito significativo para os 54 municípios que ele corta.
Em Queimadas, segundo a professora e empresária Maria Rejane Andrade, o Itapicuru tem função econômica e social da maior importância. 
 
“Sobre ele foram erguidas duas pontes: uma metálica, construída pelos ingleses no fim do século XIX, para servir à estrada-de-ferro que liga a capital do estado a Juazeiro, e que até hoje se mantém firme, apesar de quase centenária; a outra de cimento armado, na estrada que liga a sede a outros municípios", disse .

Ela também lembra que o leito do rio já foi formado por margens areentas, sombreadas por árvores e arvoredos, que praticamente não existem mais.


Fonte: tribunadabahia e acajutibanews

2 Comentários

  1. que noticia triste, a pouco mais de um mês, eu encotrei caminhões carregado de areia que sai ai do povoado mosquete, e que passa dentro da rua de Itapicuru e cade a presença de alguma autoridade para coibir esse grande mal,acorda câmara de vereadores ganham fácil sem fazer nada para a porra desse município....

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  2. não podem deixar isso acontecer,em caldas do jorro o rio ja esta praticamente morto,isso é um absurdo,vamos abrir as comportas govenador

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